Empreendedorismo e Flauta Doce

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03/15

Foto Divulgação Renata Pereira

Alunos do 1º ao 5º ano do Colégio Universitário da cidade de Londrina no Paraná, incentivados pela professora de música Luciana dos Santos Schmidt e pelo projeto parceiro sobre Empreendedorismo e flauta doce, elaboraram uma entrevista para a flautista do Quinta Essentia, Renata Pereira, em homenagem ao dia da mulher.

Confira aqui no flauta doce br na íntegra as perguntas e respostas dessa entrevista.
Resultado final da entrevista no site do Colégio Universitário 

Alunos: Com quantos anos você iniciou seus estudos em música?
Renata: Iniciei meus estudos musicais muito cedo, contudo, mais seriamente aos 8 anos.

A: Quem foi seu primeiro professor de música?
R: Minha primeira professora de flauta doce foi uma apaixonada por flauta doce, Vera Zucco.

A: Tem alguém na sua família que também é músico?
R: Meu pai foi músico profissional por um tempo, mas deixou a profissão.

A: Por que você se interessou pela flauta doce? (qual foi sua inspiração?)
R: Num primeiro momento, eu queria estudar música apenas, a flauta doce foi uma oportunidade que virou paixão.

A: Você lembra qual foi sua primeira música aprendida com a flauta doce?
R: Não lembro exatamente a primeira música, lembro de muitos exercícios e brincadeiras. Uma música inteira veio depois de algum tempo apenas.

A: Quanto tempo você demorou a tocar bem flauta doce?
R: Acho que bastante tempo. Eu comecei a tocar como eu queria e buscava um pouco antes de entrar para a faculdade. Mas isso é muito relativo, depende das suas referências e objetivos, normalmente sou muito exigente comigo mesma.

A: Qual a música mais difícil para tocar com a flauta doce?
R: Não existe uma música mais difícil de todas, tudo depende do quão apaixonado se está para tocar uma determinada música. Quando queremos conquistar algo, damos o nosso melhor sempre. Contudo, no repertório para flauta doce, os concertos de Vivaldi, originais para o instrumento, são peças que exigem muito estudo do flautista, um desafio lindo e prazeroso. Vivaldi, que tinha uma orquestra formada apenas por meninas, deveria ter uma excelente flautista nela, pois os concertos são lindíssimos e difíceis. Vale a pena conhecer!

A: Qual foi sua primeira flauta doce?
R: Minha primeira flauta doce foi uma flauta yamaha barroca, daquelas branquinhas, com capinha verde de plástico (na época). Na cidade onde eu morava, não havia nenhuma loja que vendia flautas na época, então meus pais tiveram que comprar a flauta de uma pessoa que vendia instrumentos por encomenda que a mesma trazia do Paraguai. Lembro que na época não foi fácil conseguir e meus pais pagaram o instrumento em dólar.

A: Quantas flautas você tem? Qual a sua preferida? Você já toca todas ou apenas alguns tamanhos?
R: Atualmente tenho uma coleção de flautas doces. Em torno de 40 instrumentos diferentes. Eu toco todas em situações diferentes, como solista, no quarteto, no duo de flauta doce e violão, nas aulas com meus alunos, enfim. Tenho uma preferida no momento, a minha nova flauta. Uma flauta doce contralto em sol, é quase uma soprano grande, uma delícia de tocar! Essa flauta foi construída por um luthier francês chamado Etienne Holmblat. O famoso luthier que faz cópias da flauta doce histórica revestida com casca de tartaruga. http://www.flute-a-bec-online.com

A: Você toca algum outro instrumento musical?
R: Estudei teclado e violão quando pequena, mas atualmente toco flautas!

A: Depois da flauta doce qual é o instrumento que você mais gosta? (mesmo que não saiba tocar)
R: Se eu fosse escolher outro instrumento para estudar, escolheria a viola da gamba.

A: Com quantos anos você começou a tocar em público?
R: Desde que iniciei os estudos musicais sempre participei de recitais e apresentações musicais.

A: O que você mais gosta em seu trabalho com o “Quinta Essentia Quarteto de flautas doces”?
R: Poder divulgar a flauta doce como ela merece. Fazer com que, cada vez mais pessoas conheçam esse instrumento, sua história e suas possibilidades. Recentemente, a mãe de uma ex-aluna estava em Belo Horizonte por uns dias. Quando ela pegou um ônibus na cidade, conheceu um carteiro no ônibus com quem iniciou uma conversa. Ela comentou que as filhas haviam estudado flauta doce quando crianças, e ele disse: Ah! Eu adoro flauta doce, é um instrumento tão bonito, né? E depois continuou: E a senhora conhece as flautas quadradas? Naquele momento a mãe da minha aluna pensou: Ah! A Renata aqui! O Quinta Essentia está fazendo história! Penso que nós (do quarteto) vimos o que ninguém via, encontramos possibilidade novas de trabalho, saímos do mundo do sonho, realizamos aquilo que queríamos.

A: O quarteto ou você tem alguma composição própria?
R: Ainda não. Um dos integrantes do grupo, o Gustavo, tem iniciado algumas composições, mas ainda não tivemos a oportunidade de tocar.

A: Quais os países que você já se apresentou? Qual você mais gostou?
R: Gostei de todos os lugares onde estivemos. Lembro com carinho da China, por ter uma cultura tão diferente da nossa, a ponto de músicas que aqui fazem sucesso, lá não movem a plateia de nenhuma maneira, não fazem sentido para eles. Mas fiquei muito feliz de conhecer a Namíbia na África, foi uma experiência incrível. Saber que na capital da Namíbia tem uma professora de flauta doce que faz um lindo trabalho em uma escola de música pública da cidade e ainda, poder ter visto tantos animais em um parque nacional, um dos mais importantes do mundo em vida selvagem – o Etosha. Ver elefantes, leões, girafas, zebras e seus amigos, e como eles se respeitam em um único espaço, livres, foi um grande aprendizado para mim. Aprendi muito lá, apenas observando!

A: Qual foi a última turnê do quarteto?
R: Nossa mais recente turnê foi no ano passado pela Bolívia, e pela Europa.

A: Como você se comunica nos países em que você não domina a língua?
R: Nos países em que não falamos a língua, por exemplo, a China, tivemos uma intérprete conosco todo o tempo. Ela nos ajudava em inglês.

A: Como é ser conhecida internacionalmente e o que é sucesso para você?
R: O sucesso é o reconhecimento de um trabalho bem feito. É consequência de um trabalho construído com amor, dedicação e respeito, e por este motivo, é muito bom. Quando fazemos uma coisa que gostamos muito, é praticamente dar a vida por isso, desta maneira, quando somos reconhecidos pelo nosso trabalho, isso nos dá uma satisfação, uma sensação de trabalho realizado que não tem preço!

A: O que é ser Teacher Trainer?
R: Ser Teacher Trainer é ser uma professora que capacita, que oferece cursos de formação, capacitação para outros professores. É compartilhar com os professores experiências, estratégias e dúvidas para cada vez mais podermos ajudar crianças e alunos a trilharem o caminho da música.

A: Você gosta de ensinar seus alunos? Por quê?
R: Eu amo ensinar meus alunos, porque além de ensinar, aprendo muito com eles. É uma troca! Compartilho com eles o meu melhor, e eles fazem o mesmo comigo, assim tenho uma relação linda onde a flauta doce é apenas um motivo para que eu conheça pessoas incríveis e que elas façam parte da minha vida, e eu, da vida delas.

A: O que é ser flautista? Como é ser uma grande flautista?
R: Ser flautista é escolher tocar flauta, estudar flauta, se dedicar à flauta, ensinar a tocar flauta, como profissão. Ser um grande flautista é ter muita responsabilidade com a profissão, é ter que ser exemplo em todos os sentidos, não apenas no musical, é fazer escolhas para se divertir sempre e assim, divertir os outros. É aprender a lidar com as pessoas, aprender a lidar com as próprias frustrações e injustiças geradas pelas relações humanas, que nem sempre são boas.

A: Entre todos os seus trabalhos de música, o que você mais gosta de fazer?
R: Tocar flauta, não importa pra quem: em aula, no palco, sozinha, com os alunos!

A: Você pode deixar um incentivo para nós alunos do Colégio Universitário que também estuda música pela flauta doce nas turmas de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental?
R: Queridos alunos do 1º ao 5º ano, vocês estão tendo uma oportunidade única: aprender a tocar um instrumento musical, tão maravilhoso como a flauta doce, na escola. Por isso, deixem sempre a flauta doce perto de vocês, em um lugar que vocês tenham que passar por ela todos os dias. Deixem o instrumento fora da capa, assim ao passar pela flauta, pegue o instrumento e toque, mesmo que apenas uma nota. Assim, vocês farão com que o instrumento faça parte dos dias da vida de vocês. Desta maneira, vocês terão uma grande companheira para todas as horas, e tocando, vocês encherão a casa de vocês, a vida das pessoas com quem vocês moram e os corações de vocês com música! E não há nada melhor do que isso na vida, isso eu posso garantir! Toquem, se divirtam! Sejam felizes com música!

 

3 Comments to "Empreendedorismo e Flauta Doce"

  1. Adorei a entrevista! Poxa, como faz falta alguém assim aqui no Rio. Estou desejando tanto um(a) professor(a) de flauta doce, mas só tem de outros instrumentos e de canto aqui no meu bairro.

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